02 dezembro, 2008

Fábrica de Maus Professores

Este é o título da Reportagem exibida pela Revista Veja.
Entrevista: Eunice Durham
"Uma das maiores especialistas em ensino superior brasileiro, a antropóloga não tem dúvida: os cursos de pedagogia perpetuam o péssimo ensino nas escolas."

Alguns trechos da repostagem:

"Sua pesquisa mostra que as faculdades de pedagogia estão na raiz do mau ensino nas escolas brasileiras. Como?
As faculdades de pedagogia formam professores incapazes de fazer o básico, entrar na sala de aula e ensinar a matéria. Mais grave ainda, muitos desses profissionais revelam limitações elementares: não conseguem escrever sem cometer erros de ortografia simples nem expor conceitos científicos de média complexidade. Chegam aos cursos de pedagogia com deficiências pedestres e saem de lá sem ter se livrado delas. Minha pesquisa aponta as causas. A primeira, sem dúvida, é a mentalidade da universidade, que supervaloriza a teoria e menospreza a prática. Segundo essa corrente acadêmica em vigor, o trabalho concreto em sala de aula é inferior a reflexões supostamente mais nobres.
...

O que, exatamente, se ensina aos futuros professores?
Fiz uma análise detalhada das diretrizes oficiais para os cursos de pedagogia. Ali é possível constatar, com números, o que já se observa na prática. Entre catorze artigos, catorze parágrafos e 38 incisos, apenas dois itens se referem ao trabalho do professor em sala de aula. Esse parece um assunto secundário, menos relevante do que a ideologia atrasada que domina as faculdades de pedagogia.

Como essa ideologia se manifesta?
Por exemplo, na bibliografia adotada nesses cursos, circunscrita a autores da esquerda pedagógica. Eles confundem pensamento crítico com falar mal do governo ou do capitalismo. Não passam de manuais com uma visão simplificada, e por vezes preconceituosa, do mundo. O mesmo tom aparece nos programas dos cursos, que eu ajudo a analisar no Conselho Nacional de Educação. Perdi as contas de quantas vezes estive diante da palavra dialética, que, não há dúvida, a maioria das pessoas inclui sem saber do que se trata. Em vez de aprenderem a dar aula, os aspirantes a professor são expostos a uma coleção de jargões. Tudo precisa ser democrático, participativo, dialógico e, naturalmente, decidido em assembléia.

Quais os efeitos disso na escola?
Quando chegam às escolas para ensinar, muitos dos novatos apenas repetem esses bordões. Eles não sabem nem como começar a executar suas tarefas mais básicas. A situação se agrava com o fato de os professores, de modo geral, não admitirem o óbvio: o ensino no Brasil é ainda tão ruim, em parte, porque eles próprios não estão preparados para desempenhar a função.

...

A senhora fecharia as faculdades de pedagogia se pudesse?
Acho que elas precisam ser inteiramente reformuladas. Repensadas do zero mesmo. Não é preciso ir tão longe para entender por quê. Basta consultar os rankings internacionais de ensino. Neles, o Brasil chama atenção por uma razão para lá de negativa. Está sempre entre os piores países do mundo em educação."


Para continuar a leitura acesse Revista Veja

Não deixe de comentar.

22 comentários:

Anônimo disse...

Na minha opinião, não tão somente a Universidade que fabrica maus professores e sim, depende muito do cursista que faz. O empenho em valorizar o que aprendeu ou deixou de aprender, depende muito da prática. Ser professor é Uma missão, se não colocar amor naquilo que faz, faz mau.

Anônimo disse...

Ao ler o texto realmente fiquei chocada com a opinião dela. Concordo que tem Faculdades que não são tão boas, mas também depende muito do esforço do aluno em procurar pôr em prática e ir a busca de coisas novas.
Não tão somente o curso de pedagogia> POr que não falar de medicina, veterinária, advocacia... e outras! Em todas essas profissões encontramos maus profissionais. Uns até que a terra encobre.
Sou pedagoga e professora e acredito que a Universidade para mim contribuiu muito, mas serei melhor ou pior depende de meu esforço.

Anônimo disse...

É exatamente este tipo de situação é decorrente de um desencadeamento de situações não controláveis pela Educação de nosso País. Culpar quem? Poder público! Instiuição de ensino? Cursistas???
Sabemos que é dfícil conter a demanda. Portanto é necessário reformulação urgente. Feliz postagem ..Parabéns Valeu!!!
Abraços Luiz
Estou sentindo sua falta lá ! Apareça!

Anônimo disse...

Acredito que a má qualidade de alguns professores depende deles próprios. A universidade oferece subsídios, porém se o acadêmico não aproveitar, de nada adianta. Cabe a cada professor buscar alternativas para a melhoria da qualidade de seu trabalho.
Na semana passada fomos surpreendidos por um artigo humorístico, de mau gosto,a respeito da cidade de Vargem (desciclopédia) elaborado por um ex aluno nosso, e que em seu perfil colocou que tem mestrado e fala os idiomas inglês e espanhol. Aí a comunidade toda se revoltou e eu o respondi, de que não vale nada o conhecimento se não fizermos o uso correto do que sabemos.

Anônimo disse...

Concordo inteiramente com minha amiga e companheira de curso, Maristela.
Mas, devemos concordar que alguns "maus" professores manchas a nossa classe, trabalhando sem vontade e sem escrúpulos.
Infelizmente nem todos conseguem ver essa diferença,condenando abertamente o curso de pedagogia, talvez tenham esquecido que é no magistério que aprendemos "dar" aulas...

Anônimo disse...

Precisamos lembrar que existem faculdades e Faculdades, todos nós sabemos de algumas situações em que muitos conseguem o seu diploma com muito pouco esforço.
E o pior depois estão na escola trabalhando conosco ou atrapalhando o nosso trabalho.

Anônimo disse...

Penso que no Brasil a uma maneira generalistas de se pensar a educação parece que estamos sempre atrás de encontrar culpados para explicar um fracasso que é de toda uma sociedade,as universidades precisam de melhoras? sem dúvidas, mas os professores também precisam de formação continuada, de condiçoes descentes de trabalho, de sálarios condizentes e orientaçoes que perpassem os muros dos mandatos políticos, as vezes sinto que não temos uma direçao definida e aí vai cada um para um lado e a escola fica perdida neste caos.

Anônimo disse...

Ser professor no atual contexto é viver intensamente o seu tempo com consciência crítica e sensibilidade solidária; é aceitar o desafio da formação conhecimento e humanização. E a escola deve tornar-se um espaço de formação, um lugar de aprendizagem permanente, onde o ambiente pedagógico tem que ser lugar de ternura, prazer e reinvenção, da busca e da convivência.
Ser professor é querer e gostar do que faz para dar sentido ao fazer.
Na sociedade do conhecimento, onde o desafio é permanente, o professor é convocado a viver intensamente sua formação continuada.
Podemos dizer que mais do que nunca a formação incessante do professor é parte constitutiva de sua ética profissional. Penso que a luta política do professor por melhores condições salariais e pela valorização profissional é justíssima. Mas quem deseja defender seu lugar de trabalho e sua dignidade profissional, conquistando o apoio da opinião pública para suas reivindicações, precisa manter a competência de continuar aprendendo; jamais poderá ficar somente com o conhecimento adquirido no banco da universidade. A vida nos ensino todos os dias. Mais importante do que saber é não perder o prazer, o encanto de ensinar e aprender ao longo de toda a vida.

Anônimo disse...

A Revista Nova Escola também publicou no mês de outubro/08 uma reportagem sobre os cursos de Pedagogia cujo título de capa foi:"Efeito Dominó - Por que os cursos de pedagogia ruins formam professores despreparados para ensinar os alunos". E apresentou também alguns exmplos ilustrativos de formação de professores em outros países cujos índices de educação são melhores do que os nossos.

A Educação de nível superior tem-se tornado um "grande negócio" no Brasil: atualmente há uma oferta de tantos cursos de formação de professores e com uma facilidade de acesso nunca vista em outros tempos. Facilitar o acesso à formação é uma necessidade. Porém, a qualidade na formação não pode ficar somente sob a responsabilidade dos futuros pedagogos.

Concordo com a Terezinha quando afirma a importância da prática.
Porque a formação básica oferecida pelos cursos de formação norteia toda uma vida profissional e deveria primar pela ética profissional que não se separa da competência técnico-científica e político-pedagógica (conhecimento de realidade e habilidade de realizar ações educativas -"dar aula mesmo", com conteúdo útil para a vida de seus alunos.

Anônimo disse...

Confesso que fiquei assustada quando conheci e li essa reportagem. Estou começando a entrar neste mundo do magistério e lendo não só essa reportagem, é muito preocupante.Deus me ajude que não só eu, mas que outros professores mudem a cara do nosso Brasil!!

Anônimo disse...

A má formação dos professores não depende só da universidade mas da vontade do aluno.Cabe as universidades "mostrar" a realidade da escola e não fantasiar.

Anônimo disse...

Acredito que Eunice Durhan se equivocou quando generalizou que "as faculdades de Pedagogia". Tenho plena certeza que não são todas más, algumas escapam dessa afirmação. Concordo quando ela fala que muitos professores saem falando e escrevendo errado. Isso é por falta de interesse do próprio professor. Também concordo quando ela coloca que tem que ser reformuladas as faculdades, mas repito, que são algumas e não todas.

Anônimo disse...

Olá - sobre a reportagem da veja da antropóloga Eunice , concordo com sua posição. o que está ocorrendo é um péssimo ensino do curso de pedagogia nas escolas. Hoje os professores não estão sendo preparados devidamente e não desenvolvem um espirito critico, estão com uma ideologia atrasada, não estão preparados para desempenhas suas funções.

Anônimo disse...

Acredito que não só as universidades são exatamente as culpadas por bons ou maus professores,mais sim o empenho e dedicação de cada cursista.Sabemos que em todas salas de aula tem alunos dedicados,comprometidos com o estudo,como também os que não querem nada com nada,sempre vão nas costas dos outros.O que não pode é generalizar.

Anônimo disse...

Concordo em parte com o que Eunice fala. Que algumas faculdades não possuem a qualidade desejada, sabemos, mas não são somente as de Pedagogia. Também não adianta querermos "tapar o sol com a peneira", dizendo que todas as faculdades de pedagogia são ótimas e que os "futuros professores" saem de lá sabendo o básico porque isso não é verdade... Infelizmente muitos se formam sem saber sequer preparar uma aula ou elaborar um pequeno projeto... Formam-se sem sequer terem feito um trabalho, porque é mais fácil mandar fazer... E depois de formados todos somos colegas e concorremos às mesmas vagas. Vence aquele que tem mais "tempo de serviço", nem sempre o mais qualificado... E assim nossas escolas vão ficando cheias de "maus" profissionais, que darão "péssimas" aulas e formarão "mau" os seus alunos. Porém, discordo dela quando culpa somente as faculdades, porque a culpa maior é do aluno, que mostra pouco interesse pelo curso, pois seu maior interesse é "comprar um diploma". Está na hora de mudar tudo isto!!!

Anônimo disse...

Acredito que não podemos culpar totalmente as faculdades pela má formação dos proposicionais,pois elas estão aí para apontar caminhos para a aprendizagem dos cursistas, cabe a cada um buscar. Dizia um professor meu "Não adianta estar em sua frente o melhor educador ou doutor é preciso ir em busca daquilo que queremos".

Anônimo disse...

Gostaria muito de não me tornar repetitiva com relação ao tema, mas parece que minha opinião vem de encontro a dos meus colegas... Realmente não podemos generalizar, certamente a culpa não é só das faculdades e definitivamente temos muitos professores que não fazem muito esforço para mudar essa visão, ai acaba por acontecer que cada vez mais a classe é menos valorizada e reportagens como essa da antropóloga se tornam verdadeiras bombas no meio pedagógico... Penso que o que falta na educação são educadores que sejam apaixonados por educação e não pela comodidade de ter um emprego! Gente ser professor não é um "bico" ser professor é um dom, e só pode exercê-lo que realmente possa se doar! Não estou falando em ser mártir, se conformar com tudo, mas gente quando entramos nessa profissão ja sabíamos que tudo seria exatamente dessa maneira, optamos por isso e aqui estamos, sendo pais, professores, psicólogos, pedagogos...

Anônimo disse...

Fábrica de maus professores, fabrica de maus médicos, fábrica de maus garís,fábrica de maus alunos, fábrica de maus pais, más mães, maus...maus....más.....más.
Em tudo nesta vida temos os bons e os maus, mas quando falamos numa instituição que prepara cidadãos e cidadãs que serão responsáveis na formação de outros tantos cidadãos e cidadãs é terrível ver a problemática na formação de cursos superiores. Precisamos urgentemente de pessoas comprometidas com a educação, com o respeito, com a dignidade. É necessário que se tire da idéia de muitos "profissionais" que tirar vantagem em tudo não significa ser feliz e que o homem, ser humano está neste mundo somente para ser feliz e fazer outros felizes. Quem consegue ser feliz se trabalha numa profissão que não tem sequer domínio do mínimo possível para tal? Ou está numa pr5ofissão para dizer que tem uma?. Precisamos buscar profissionais apaixonados pela causa, grandiosa causa "EDUCAÇÃO" aí poderemos dizer que nenhum aluno ou aluna sairá de uma faculdade sem o conhecimento necessário, pois não aceitará fazer curso só para ter um diploma, mas para VIVER FELIZ, conhecendo e trabalhando naquilo que ama de verdade.

Anônimo disse...

Concordo que a formação dos professores não é de boa qualidade.Quem deve buscar o conhecimento é o cursista.Ele deve ter dedicação, por em prática o que aprendeu, ir em busca do que é melhor, agregando mais valores e ensinar com carinho.

Anônimo disse...

Com relação à Pedagogia, ser fábrica de maus professores, discordo um pouco, pois ela nos ensina ,que acima de tudo , trabalhamos com seres humanos, e o nosso sucesso ou fracasso depende de nós mesmos...

Anônimo disse...

Olá!!!

Lá no Ciberespaço tem um Selinho para vc!!!

Beijos



VanessadosSantosNogueira
Ciberespaço na Escola

Anônimo disse...

Na minha opinião, quem faz o curso ser bom ou não, é o cursista, nenhum curso traz todo o conhecimento necessário é preciso buscar mais, ir atrás de coisas novas que irão aperfeiçoar o seu conhecimento, pois ser Professor é estar sempre em busca de algo novo e nunca desistir.